Arteterapia

A arteterapia é um recurso com função transcendente, ao atuar como mecanismo fundamental para o entendimento de si mesmo. Pela exposição de imagens e textos, o cliente abre-se um caminho de diálogo entre conteúdos conscientes e inconscientes.
A técnica não demanda nenhum conhecimento prévio e nem habilidades artísticas específicas.

A arteterapia está ligada à existência. A arte é uma linguagem de livre acesso, sem distinção de etnia, de credo, de classe social, de gênero… Permite que você vá fundo dentro de si e resgate, mostre a sua essência que é totalmente única. É uma forma de linguagem pura e íntima. Trata-se de valores e sentimentos que encontram na cor, na linha, na forma um canal de escoamento.
Na arteterapia não há compromisso com a beleza ou o socialmente aceito. Ela é independente da escolha de quem quer que seja e somos privilegiados quando usufruímos da arte dentro do que nos cabe reconhecer. Foi Jung quem nos os abriu os olhos para o potencial de cura presente na arte

Esta terapêutica consegue nos integralizar. Ela dá possibilidade de o seu mundo expandir e tocar o outro com respeito e com amor. A arte é a ferramenta e a arteterapia é o poder manifestar seu mundo interno, do primitivo que há em todos nós e receber de volta na forma de totalidade, tanto os aspectos divinos, quanto os mundanos. Torna-se a possibilidade de religação ao seu curador interno de maneira profunda, proporcionando o autoconhecimento devido, único caminho para sua evolução.

Na expressão artística existe uma comunicação que vai para além de fronteiras verbais. O verbal parece ter travas para transmitir todos os conteúdos internos, mas a linguagem das imagens possibilita tornar visível o que é invisível.

Para Jung, o símbolo, que é fundamento da arteterapia, dá sentido mais amplo e elevado a consciência, superando nossa capacidade de compreensão atual. A arte tem fundamental importância na trajetória humana como função estruturante da consciência. A produção artística, auxilia na lida dos medos paralisantes, dúvidas e perplexidades frente ao desconhecido, possibilitando dar conta pela consciência.

Vale lembrar que muito antes de o homem escrever, ele desenhava símbolos…

Pelos seus trabalhos, Jung mostra que o inconsciente não é só um repositório, não apenas reage. Mas também atua, prediz, alerta, abre horizontes, elucida. Nossos pensamentos geram imagens e, sendo a comunicação do inconsciente essencialmente o simbólico, a arte é um meio, um eficiente captador e concretizador de símbolos em imagens. O pensamento antes de ser verbalizado foi uma imagem.
Jung escreveu sobre a capacidade de síntese do símbolo e da relevância do uso da arteterapia como meio de acesso ao inconsciente e facilitadora do processo de individuação.

Escrevendo uma poesia, tocando uma música, pintando, dançando ou desenhando, somos capazes de trabalhar com forças interiores que, se permanecessem inconscientes, poderiam nos esmagar. Na arte, não fugimos nem evitamos que está nos perturbando, mas amorosamente nos defrontamos.